Primeira postagem do ano? Totalmente
minha? Uhuu, festa virtual pra Danii!
Ta. Todo mundo tá falando de metaverso o tempo todo, as notícias de tecnologia só tem manchetes sobre isso, nem
inteligência artificial é mais tão interessante, e olha que tem umas
contratando advogados e causando alvoroço, hein! - E o que raios afinal - de
uma vez por todas - é metaverso?
Já leu dezenas de sites e não entendeu
a diferença disso pra jogos online de mundo aberto ou redes sociais somadas a
uma interatividade imersiva? Então vamos destrinchar de uma vez por todas este
assunto!
Parto do pressuposto que você sabe o
que são os seguintes termos: Realidade Virtual e Realidade Aumentada.
Se não souber, tudo bem, vamos explicar um pouco de cada uma, mas você também
pode acessar nosso glossário clicando aqui. Você também pode ver nosso vídeo
super explicado ou nossa playlist no youtube com vários assuntos clicando aqui!
Os, vamos começar.
Pra quem não me conhece eu sou Daniana Melo. Sou entusiasta de tecnologia e
trabalho com análise técnica de informática e telecomunicação. Metaverso é
minha paixão mesmo antes de existir, quando eu ainda sonhava em um dia sair da
Matrix. Sim, sair, porque diferente do outro autor deste blog, eu acredito que
estejamos em uma simulação.
Mas nada disso vai importar tanto em
alguns anos, porque estaremos apenas nos movendo dentro e entre metaversos, com
poucas saídas para o universo (chamamos de universo, aqui no blog, o mundo real).
Acontece que muito que disseram em 2022
e muito que já estão falando em 2023 não tem nada a ver com metaverso - pelo
menos não na prática. Porque na prática?
Vamos lá. Vamos começar a explicar este
assunto de forma correta:
O nome metaverso, acredito que você já saiba, vem de um livro de um autor
Cyberpunk chamado Neal Stephenson que, em seu livro Snow Crash, descreveu um
mundo virtual que as pessoas acessavam pelo computador para entretenimento,
realizar tarefas, encontrar pessoas, realizar eventos virtuais, entre outros.
Se você quiser saber mais sobre este livro, veja nossa postagem sobre
esta maravilhosa obra.
Acontece que, o significado da palavra
significa "além do universo", e a semântica sugere qualquer coisa que
não seja o universo real. Já o significado de metaverso no livro do Stephenson
significa um ambiente virtual simulado que é projetado de forma imersiva para o
usuário como se ele realmente estivesse lá. Este conceito pode ser visto em
alguns filmes que já falamos nesta postagem aqui, como Matrix e Jogador número
1.
A ideia não é nova. Eu, por exemplo, já
falo que vivemos em uma realidade simulada há pelo menos 10 anos. O Walter,
co-autor deste blog me contou que já fala sobre isso há 20 anos, desde o filme
Matrix. Já sabíamos que o mundo estava se encaminhando para isso e que novas
tecnologias estavam tronando isso cada vez mais próximo. O Walter também chegou
a escrever outro blog há alguns anos falando sobre as tecnologias para o que
ele chamava na época de DigiWorld: uma junção das palavras em inglês
"mundo" e "digital".
Então, o Facebook Inc., empresa de Mark
Zuckerberg comprou uma empresa que produzia óculos de realidade virtual. E se
você não entende muito sobre isso e está perdido, a gente já chega lá.
O fato do Zuckerberg adquirir esta empresa foi estranho, afinal ele trabalha
com redes sociais e não jogos. Mas como esses bilionários sempre querem mais
negócios, quem imaginaria.
Estes óculos de realidade virtual
permite que um mundo virtual similar aos de filmes de animação ou games seja
gerado em 3d bem na sua frente de forma imersiva. Assim, parece que você está
realmente no ambiente, e não olhando através de uma tela. Os sensores nos
óculos ou dispositivo acoplado aos óculos permite que você olhe pelo ambiente
somente mexendo a cabeça. É algo realmente impressionante.
Foi então que tudo mudou em meados de
2021, o CEO mudou o nome da empresa de Facebook para META e informou que seu
foco seria em criar o futuro das redes sociais.
Como já dissemos, nós já sabíamos que
um dia nos encaminharíamos para esse tal mundo virtual, mas não tão cedo. Acontece
que esse anúncio do Zuckerberg gerou um alvoroço imenso e movimentou bilhões de
dólares em apenas 2 anos. Várias empresas surgiram se dizendo metaverso,
startups desenvolvendo tecnologias, grifes criando verões virtuais de produtos
para um metaverso que sequer está pronto, o Mark percebendo o potencial anuncia
Horizon Worlds como o primeiro metaverso social, não tem regulamentação, nem
moderação, nem tecnologia suficiente, e as pessoas ficam perdidas. Projetos de
criptomoedas aproveitam o Fomo e o hype para criar tokens inúteis que dizem que
servem para metaverso e até alguns malucos mapearam ambientes reais e virtuais
e começaram a vender terrenos virtuais e - acreditem - tem quem gaste milhões
com isso. Nada contra um rapper milionário torrar seus dólares. Faz parte do
marketing, o Neymar comprou um macaco virtual em forma de figurinha por alguns
milhões também... Mas ver pessoas investindo nisso me gela a espinha. Saiba
mais sobre isso neste link.
Tá. Falei falei, filosofei e não
expliquei nada. Então vamos para a parte 2, as tecnologias envolvidas nisso:
A Realidade Virtual é uma simulação de
um ambiente virtual criado em computador como os que todos já conhecem de
filmes como Avatar e Star Wars ou animações Disney e videogames ultra realistas
modernos, contudo, projetado nos seus olhos em vez de uma tela de TV ou
celular. Para isso, são usados óculos especiais como o da imagem abaixo que
simula duas imagens levemente diferentes - uma para cada olho, dando ao nosso cérebro
a mesma sensação da visão real em vez de algo numa tela plana. Os óculos também
contém sensores de direção e posição que permitem que você possa virar a cabeça
e ver o que está ao seu lado, em vez de ver apenas uma parte da imagem. É
realmente incrível e - se você ainda não experimentou - precisa usar pelo menos
uma vez (exceto para montanhas Russas).
A Realidade Aumentada é quando alguma
coisa virtual é adicionada a imagem real. Os hologramas são exemplos de
realidade aumentada. São usados mais em óculos da Microsoft, Hololens e nos da
Google.
Aí agora vem a parte complicada: Como
definir o que é e o que não é metaverso. Se formos seguir pela ideia de Neal
Stephenson no saturado livro Snow Crash, metaverso é um ambiente virtual gerado
por computador para interação com imersão total. Assim, só pode ser considerado
metaverso se for com óculos de realidade e tiver liberdade de movimentação e
comunicação. Mas se for consideram somente o significado de metaverso, isto é:
alem do universo, qualquer coisa virtual poderia ser metaverso, até jogos e
simulações, sites como Facebook e chats como Telegram. Mas ninguém usa este
significado mais puro porque ele engloba simplesmente todos os jogos virtuais e
a internet, e isso não é novo nem empolgante.
O que geralmente está sendo descrito
como metaverso é qualquer ambiente virtual online que possa ter interatividade
e foco social. Não necessariamente usando óculos ou de forma imersiva – já que
caiu a ficha ano passado que não temos tecnologia suficiente pra gerar esse
querido mundo ainda, saiba mais sobre as tecnologias aqui.
Considerando então a descrição acima,
muito antes do Horizons, já temos o Second Life (todo mundo fala deste também)
que era um game baseado em interação social, mas eu não jogava este, eu gostava
muito de um chamado IMVU e também o sensacional Hotel Habbo. Eles se enquadram
nessa descrição de metaverso e deixam o Horizons da Meta pra trás. Além disso,
temos também alguns de celular, como Sweet Dance e Freefire (também dispensa
comentários).
Eu acredito, pessoal, que daqui a mais
uns 2 ou 3 anos, tenhamos uma definição mais específica do que é ou não
metaverso e até já tenhamos alguns metaversos funcionais e interessantes. Mas por enquanto, a maioria das empresas de tecnologia estão dando um tempo de "metaversos" e focando em Inteligência Artificial que é o assunto do momento. Não ta sabendo? Clica aqui e saiba mais.
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aí em baixo, please. Beijo e até mais.
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